Dizer que as florestas acreanas e seus moradores têm importância para o equilíbrio do planeta e a construção de uma vida melhor para esta e futuras gerações significa reconhecer o papel que uma floresta em pé tem na regulação do clima e das chuvas, na proteção dos rios, no armazenamento de carbono na atmosfera e na conservação do solo – além, é claro, do fornecimento de alimentos e matérias-primas para diversos produtos.

Significa reconhecer aquilo que chamamos, hoje, de serviços ambientais. Um conceito que para as populações tradicionais é simples: diz respeito à importância da conservação das matas, dos rios, da fauna e da flora para a vida dentro e fora das florestas. Ou seja: quem conserva, recupera ou usa de forma sustentável essas riquezas está prestando um serviço ambiental.

Portanto, os serviços ambientais são os cuidados que, historicamente, as populações tradicionais da floresta do Acre têm com as riquezas do lugar onde vivem. Ou seja, as relações de equilíbrio entre as atividades econômicas que desenvolvem (como a extração da borracha ou da castanha) e a conservação da floresta.

Quando o governo do Estado valoriza a relação de respeito que os moradores das florestas têm com os recursos naturais e investe em cadeias produtivas sustentáveis ele está apostando no que hoje é chamado de economia verde (aquela cuja base de produção inclui a baixa emissão de carbono, a eficiência no uso dos recursos e a busca pela inclusão social).